REFLEXÃO

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

AMIGO DE DEUS


Imagine a cena de um servo diante do seu senhor, recebendo ordens sobre o que deve fazer, e olhando nos olhos do senhor para responder: "Sinto muito, meu senhor, meus dons não estão nessa área".
Quais são as implicações? À semelhança de muitos de nós, ele está desobedecendo ao seu senhor por causa do que percebe a respeito dos seus dons. Mas o dom vem depois da obediência. O dom sempre vem depois da tarefa designada. Quando Deus lhe dá uma tarefa, e você o obedece, ele o equipa para realizar o que lhe deu para fazer. Jesus diz nas Escrituras que somos seus amigos quando fazemos tudo que nos ordena. No entanto, há muitas pessoas que querem ser amigas de Deus dentro de uma esfera muito limitada de obediência. Você está pronto para fazer tudo que ele lhe ordenar? Jesus disse: "Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor: mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (Jo 15.14,15).
É Deus quem está em missão, e é essencial que você comece um relacionamento com ele a partir de um encontro onde entrega tudo na sua vida para segui-lo. Este é o começo. Depois vem o processo onde ele trabalha no seu caráter para adequá-lo à tarefa que lhe dará. Para isso, você será levado por experiências da vida real para provar se seu coração é verdadeiro, mesmo quando suas ações não são.
Davi foi chamado um homem segundo o coração de Deus. Você pode perguntar: Como podia ser um homem segundo o coração de Deus quando cometeu pecados tão graves? Deus sabia que o coração de Davi era totalmente genuíno. Quando ele pecava, imediatamente voltava-se para Deus e nunca se queixava das disciplinas que recebia por causa do seu pecado. Um amigo é alguém que tem coração firme para com Deus. E Deus confia aos seus amigos os mais profundos tesouros do Reino.
Que espantosa esta amizade com Deus que nos foi confiada! Ele coloca em nossas mãos as chaves do seu Reino. O Mestre não entrega tais tesouros àqueles que não são confiáveis. Ele lê o seu coração. Jesus disse: "Vocês não me escolheram, fui eu que os escolhi. E estou aguardando sua obediência. Mas a obediência nunca virá se não me amarem e me conhecerem. Meu Pai vem trabalhando no seu coração todo esse tempo para levá-los a me conhecerem de modo íntimo e profundo. Eu sou o Senhor ressurreto, triunfante e soberano."
Deus prepara você através de tratar com seu coração, não com suas habilidades ou atividades. A chave para servir a Deus não é seu conhecimento de tudo; é seu conhecimento dele. Ele pode transcender qualquer coisa, em qualquer momento, em qualquer lugar, contanto que esteja em controle do seu coração. Se obedecer ao Senhor, ele gerará muito fruto em sua vida. Se permanecer na videira, que é Cristo, você produzirá muito fruto (veja João 15).
Quando Jesus enfrentou o mais significativo encargo da sua vida, ele chamou três amigos para estarem com ele. Começou naquela ocasião crucial do Monte da Transfiguração, logo depois que anunciara que iria para a cruz. Deus agora estava conduzindo Jesus, junto com seus discípulos, para esse ponto no tempo que mudaria o curso da eternidade. Nunca houve um momento que se igualasse com aquele. E a intensidade do Monte da Transfiguração se revelava no fato de que não só o próprio Pai fez questão de estar ali, mas que também trouxe Moisés e Elias. A intensidade de carregar esse fardo do mundo era tão pesada que o Pai trouxe mais recursos e Jesus trouxe três dos seus discípulos. Havia três que ele pôde levar junto consigo mais adiante do que seria possível com os demais.
Eu me pergunto se, hoje, por conta do enorme fardo deste mundo em ruínas se aproximando da volta do Senhor Jesus, a intensidade do coração de Deus não está chegando ao ponto em que ele procura angustiado por quem possa levar à parte, para estar ao seu lado, enquanto carrega tamanha carga. Quero sugerir que nunca haverá um lugar para onde você possa acompanhá-lo no qual ele não estará carregando o fardo de todas essas pessoas no mundo. Ele simplesmente pede que o acompanhe. Você nunca terá um fardo equivalente ao dele. Mas, para cada um de nós, pode haver aquele momento intenso quando percebemos que Jesus está carregando a redenção do mundo; que ele está procurando pessoas que não foram distraídas do alvo principal, cujos corações foram tratados a ponto de poder chamá-los de amigos. Estes são os corações que ele leva um pouco mais adiante que os demais.
Agora, como alguém observou, nesse momento tão intenso no Monte da Transfiguração, é comum concentrarmos nossa atenção nos homens. Enfatizamos o fato de que os três discípulos adormeceram (Lc 9.32). Podemos usar um sermão inteiro para falar como os três dormiram e passar por cima da intensidade desse momento na redenção do mundo. Eu me pergunto se é possível que o Senhor Jesus os tenha deixado dormir porque não tinham capacidade ainda de carregar o que teriam visto e ouvido. Se tivessem ouvido toda a conversa entre Jesus, Moisés e Elias, talvez teria sido demais para eles. Seria como aquele outro momento em que Jesus lhes disse: "Tenho tantas coisas a mais para lhes dizer, mas vocês não o suportariam agora. Vamos ter de esperar para depois da cruz, da ressurreição e da ascensão, quando o Espírito Santo lhes abrir o entendimento".
Assim, naquele portentoso momento na história, sentindo o peso esmagador do mundo inteiro, Jesus procurava por três amigos que, pelo menos, pudessem estar ali junto com ele.
Será que num momento como esse ele convidaria você? Posso fazer a pergunta de forma mais significativa ainda: Será que já o convidou? Ele quer ir para o mundo, a lugares onde a redenção de pessoas está em jogo. É como se o estivesse levando ao Monte onde o Pai, a lei e os profetas, todos estão dizendo: "Estou prestes a redimir e libertar as pessoas escravizadas no pecado. Mas não quero carregar esse fardo sozinho. Você irá ali comigo?"
Você crê que Deus quer trazer avivamento para o seu país? Há uma figura que aparece tanto no Velho como no Novo Testamento, que convém lembrarmos aqui. É a figura da mulher que está para dar à luz. A Escritura diz que até o momento do parto há dor e sofrimento, mas depois, grande júbilo e regozijo. Muitos querem viver na dimensão do regozijo antes do nascimento do avivamento. Será que não há alguns que possam carregar a dor e o sofrimento necessários para dar à luz? Não podemos acompanhá-lo enquanto ele carrega o fardo de nações inteiras, destruídas pelo pecado, no seu coração? Será que ele pode confiar em nós para permanecer ali ao seu lado só um pouco mais; para ir só um pouco além do que os outros se dispõem a ir; para ouvir o que os outros não ouvem; e para experimentar o que os outros não podem experimentar? Ele precisa de nós porque esse é o momento em que dará à luz a redenção de um povo. Você é um amigo de Deus?
Henry Blackaby é autor de vários livros ("Experiências com Deus" entre outros).

VOLTADOS A DEUS


Deus trabalha movido por oração. Quando Deus quer fazer certa coisa, Ele inspira oração para que Ele possa agir. Ele somente trabalha desta forma. Em Gênesis 20 lemos a primeira estória sobre cura narrada na Escritura. A oração de Abraão trouxe perdão e cura para toda a casa do chefe Filisteu, Abimeleque.
Entretanto, esta não foi idéia de Abraão; desde o principio foi idéia do Senhor. Ele falou com Abimeleque para pedir a Abrão que orasse para que ele fosse curado. Ele inspirou a Abraão a orar, e inspirou a Abimeleque a esperar que a oração de Abraão fosse respondida. Em tudo era Deus. E por curar a família de um pagão, Deus comprometeu a Si mesmo – Ele jamais poderia ser diferente. O Senhor havia revelado quem Ele era, e Ele não poderia voltar atrás. Deus Se mostra por seus feitos e Seus feitos nunca são contrários à Sua natureza. Deus pode não copiar Seus próprios feitos. Ele raramente Se repete, pois Ele tem um estoque infinito de aproximações e planos. Ele tem se mostrado como Aquele que Cura e aquela cura é o que Ele quer fazer. Nunca se esqueça: Por trás dos Seus feitos existe a demonstração de um coração imutável e de caráter. Ele tem o mesmo amor, a mesma vontade que sempre teve, e Seus feitos não podem violar o Seu caráter.
O Imperativo Divino
O que Deus é,é o que Ele deve fazer. Deus não pode ser o que Ele é e não fazer. Se Ele é amor, Ele deve amar a alguém. Se Ele é Salvador Ele deve salvar. Ele deve curar, porque Ele se revelou como Aquele que cura.
No Evangelho de João, isto aparece no imperativo de Jesus. Quando Jesus disse, "Importa-vos nascer de novo" (Jo. 3:7), Ele quis dizer que Ele mesmo deve fazer isto por nós. Nós não podemos renascer a nós mesmos. Somente Deus pode fazer tal coisa. Tiago 1:18 declara, "ele nos gerou pela palavra da verdade," Renascimento vem pela Palavra da verdade, o evangelho. Se o mundo vai ser salvo, as pessoas precisam ouvir o evangelho. Se eles têm que ouvir o evangelho, então alguém tem que pregá-lo: "Como eles ouvirão se não há quem pregue?" (Rm. 10:14).
As pessoas precisam do evangelho, e a necessidade deles cria uma necessidade no coração de Deus: Ele precisa nos enviar com o evangelho. Ele sabe que temos que nascer de novo, e Ele não pode simplesmente sentar no Seu trono e não fazer nada sobre isto. Isto seria completamente o contrário de tudo que Ele jamais fez. 
Da mesma forma, se nós que somos feitos à imagem de Deus sabemos da fome no mundo, precisamos fazer algo sobre isto. A necessidade deles cria em nós a necessidade de ajudar ao necessitado. Se você e eu temos bastante, então não podemos simplesmente nos sentar e assistir a nossos vizinhos morrerem de fome. É o mesmo com alimento espiritual.  Nossa necessidade espiritual coloca uma compulsão no coração de Deus; nossa atitude com relação aos outros deveria ser a mesma.
Quando Jesus disse, "Importa-vos nascer de novo," isto significou que Ele também teve que dizer quase imediatamente, "assim importa que o Filho do homem seja levantado;" (Jo. 3:14). Ele usou a mesma palavra "importa". Nossa necessidade se torna a necessidade Dele para encontrar a nossa necessidade. Jesus viveu sob um constante senso do imperativo da vontade de Deus. Ele deve salvar porque nós precisamos ser salvos. Ele disse, "Tenho ainda outras ovelhas," ovelhas que precisam ser salvas.  "a essas também me importa conduzir," (Jo. 10:16).
Esta revelação de Deus se torna nossa base para ambos, fé e evangelismo. O Deus da Bíblia, nosso Senhor Jesus Cristo, O imutável, nunca vai nos decepcionar. Nós vamos a Seu convite com nossa mão na Sua e nós O apresentamos a um mundo cansado.

Deixe-me lembrá-lo que a iniciativa não é conosco, mas com Deus. Por trás de tudo está o mover do Espírito de Deus. Sendo este o caso, somos relevantes ou irrelevantes ao que Deus está fazendo.
Deus é o nosso centro, não este mundo. As pessoas falam que nós Cristãos somos excêntricos. Um objeto excêntrico cambaleia ao redor de um ponto fora do centro. Mas isto é o que a Bíblia chama de "mundo". Não são os crentes, evangelistas, testemunhas ou Cristãos que são excêntricos, mas o mundo. O mundo cambaleia quando gira em torno de si mesmo, mas o crente está centrado em Deus.
Quando as pessoas na Igreja falam sobre tornar o evangelho relevante, eles normalmente querem dizer que precisamos mostrar que, o evangelho tem algo em comum com o mundo da indústria, divertimento e comércio. Eles têm isto virado ao contrário. A pergunta não é se a mensagem pode ser relacionada a este mundo, mas se o mundo está desejoso de se relacionar com a mensagem da Cruz. É péssimo para o mundo se não for, porque isto será julgado na Cruz. Se o mundo não é relevante para o evangelho, então o mundo está sendo arrastado; ele não tem âncora.
Outra coisa que eu ouço as pessoas dizerem é que 'os evangelistas respondem a perguntas que não foram feitas'. Graças a Deus por isto! Estamos dando respostas, prontos para quando o mundo decidir a fazer as perguntas certas. Porque o mundo tem feito perguntas erradas, qualquer resposta seria igualmente errada.

A relevância é uma questão de posição e foco. Somente somos relevantes quando nos relacionamos ao que o Espírito Santo está fazendo. Frequentemente nos falam que temos que estar voltados aos tempos. Isto é bobagem. Estamos voltados a Deus. O mecanismo do céu está virando, rodas com rodas. Nossa preocupação deve ser o mecanismo do céu e não da indústria. Estar voltado para o mundo significa uma distorção do evangelho à outra forma de materialismo – simplesmente outro jeito de ganhar em dinheiro e mercadorias. O que nos torna relevantes não é se nossa mensagem serve para a situação – "Não vos conformeis com este mundo," a Bíblia nos diz (Rm. 12:2) – mas se a situação corresponde à verdade de Deus. Aliás, o mundo não tem nenhuma importância se ele não se relaciona com Deus.
Na corrente principal

Temos que ter prioridades certas. Ou nós fazemos parte da corrente principal de revelação – o amor de Deus para um mundo perdido – ou nos movemos em água parada, cheia de escombros de controvérsias teológicas e em política de igreja. Nossa prioridade deve ser a mesma da do Espírito. Porque o Espírito Santo está aqui? O Espírito Santo é dado para nos fazer testemunhas, e Seu próprio trabalho é destacar o trabalho de Cristo e atuar em vidas humanas (Jo. 16:9-11; At. 1:8). Se queremos nos mover no Espírito, temos que nos envolver com aquele tipo de atividade, porque é isto que Ele está fazendo.
Algumas pessoas que falam sobre o mover do Espírito, parecem pensar e agir como se fossem eles a mover o Espírito. Isto não é Bíblico: "Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro O ensinou?" (Is. 40:13). Ele não está movendo secretamente. Ele não se virou repentinamente para uma nova e inesperada direção, notada somente por uns poucos membros de alguma elite espiritual. Continuamos vendo Deus agindo entre pessoas que estão pra baixo: o pecaminoso, o sem esperança e o abandonado. Siga a Jesus – esta expressão é melhor do que movendo no Espírito. Siga-O e você vai aonde Ele vai, fazendo o que é bom e curando os que estão oprimidos pelo demônio (At. 10:38). Louvado seja Deus.
 
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